Fim do Isolamento – Como Ficar Conectado na Recuperação de Vícios

Ao longo das décadas em que trabalho com pessoas que sofrem da doença da adicção, encontrei uma experiência comum expressa pela maioria. À medida que a doença do vício progredia, os indivíduos acabavam se isolando não apenas de sua família e amigos, mas também de si mesmos. As consequências de suas ações e, para muitos, a perda de seus sistemas de valores durante a adicção ativa, levam a um sentimento de isolamento ao suportarem a perda da família, dos amigos e do emprego. Na tentativa de lidar com uma perda significativa, eles tendem a se voltar para dentro como um mecanismo de defesa contra mais dor emocional. Quanto mais profunda a dor emocional, maior a tendência de as pessoas perderem Clínica de Recuperação para dependentes químicos em João Pessoa seu senso de valor próprio e maior a tendência de se afastarem daqueles que amam e da sociedade em geral. Em seus estados enfraquecidos de autodepreciação emocional, estar perto daqueles a quem estão machucando apenas aumenta a realidade do sentimento de inutilidade. O reconhecimento pessoal da culpa e da vergonha torna-se mais evidente, e eles se percebem como indignos de amor. É nesse ponto baixo que a profundidade do isolamento se torna aparente, e eles acreditam que não apenas não são dignos de amor, mas também não são dignos de amor.

No processo inicial de recuperação, o clínico precisa abordar esse isolamento e reformular o sentimento de inutilidade, a fim de levar os clientes a um sentimento de conexão consigo mesmos e com a sociedade. Nossos pensamentos e crenças internas influenciam como percebemos a nós mesmos, aos outros e ao mundo ao nosso redor. Essa percepção, seja fato ou ficção, é nossa realidade e verdade pessoal. Portanto, quando as pessoas iniciam o processo de recuperação, elas precisam ser orientadas sobre como mudar seus processos de pensamento para aprender a ver sua realidade de acordo com a verdadeira realidade. Ao trabalhar com meus clientes, costumo usar esta citação atribuída ao Talmud: “Não vemos as coisas como elas são, vemos as coisas como nós somos.” Em outras palavras, se eu me sentir desconectado e isolado, minha visão da realidade permanecerá negativa. A solução, portanto, é que as pessoas mudem sua visão de si mesmas para que comecem a ver o mundo ao seu redor com uma mentalidade positiva.

“… (P)pessoas com vícios tendem a se preocupar com espiritualidade, perdão e culpa, cada um relacionado à consciência humana enquanto a pessoa luta com quem ela é, quem ela deveria ser e o significado da vida. Estes são os aspectos existenciais de viver com o vício.” (Langman & Chung, 2013) Ao usar o termo “espiritualidade”, os autores não estão se referindo à prática de uma determinada religião, mas sim como uma forma de entender que existe um poder maior do que nós mesmos trabalhando em nossas vidas. Como podemos ajudar as pessoas a se curar e se reconectar de seu isolamento? Na minha prática clínica, ensino mindfulness como uma forma de viver o momento presente, reconectando-me do isolamento. Um dos pioneiros no movimento da atenção plena, Jon Kabat-Zinn, definiu a atenção plena como um “meio de prestar atenção de uma maneira particular; de propósito, no momento presente e sem julgamento”. (Kabat-Zinn, 2006)

 

Fonte do artigo: http://EzineArticles.com/9158200

Posted by Ricardo